Carolina C.

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Sou influenciada a escrever por tudo o que ouço,toco,vejo,sinto e leio. E por lembranças também, portanto a autoria é das projeções do meu mundo.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Na biblioteca

O menino das sardas saltitantes estava lá, na biblioteca. Fui tomada por uma pontada de medo ao vê-lo lá, tão perto de mim. E entre rápidas olhadas eu via ele em pé, procurando livros, seus olhos cor do céu correndo as prateleiras e seus dedos roçando as lombadas dos livros, alguns sujos de pó e que sujaram sua mão branca, tão branca para mim que um único grão de pó modificava toda aquela cor homogênea de sua pele.
Olhando sua silhueta ininterruptamente, de repente fui pega de surpresa pelos seus olhos que encontraram os meus por um milésimo de segundo, pois automaticamente meu olhar se dirigiu à outro ponto fixo, minhas mãos. Ele saiu do corredor de prateleiras e foi à mesa assinar o seu nome para levar um livro, acho que de física ou matemática, bem, ele sempre fora estudioso o meu menino. Vendo-o de costas mais uma vez deixou-me preparada para qualquer vacilo, mas eu queria muito aproveitar sua presença e novamente contornei todo o seu corpo, desde seus cabelos caramelados até os seus tênis rasgados.
Ele saiu da biblioteca, o sinal tocou em seguida, era hora de voltar a realidade e ir para a minha sala, assistir a mais uma aula chata. Mas eu sabia que não me importaria com mais nada aquela manhã, só lembraria do encontro de meus olhos com o céu incrustado nos dele, céu que inundou meu dia.

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