Carolina C.

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Sou influenciada a escrever por tudo o que ouço,toco,vejo,sinto e leio. E por lembranças também, portanto a autoria é das projeções do meu mundo.

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

2010 - 2011 - por minha família

irmã: 2010
"conheci pessoas novas, um novo amor. Mas houve complicações.
Foi um ano muito corrido. Mais um ano de vida. Me alegro por ter vivido 2010, porque quando é 31 de dezembro lembro de todas as minha experiências"

2011
"quero fazer cursos, ser mais estudiosa. Quero me aproximar mais de Deus.
Quero minha família mais unida"

mãe: 2010
"foi um ano terrível. Não via a hora de acabar"

2011
"sempre com a esperança de melhora, né minha filha?"

eu: 2010
"não houve tragédias, mas também não houve surpresas. Não quero reclamar."

2011
"para sempre em busca da felicidade"

Sem saber o que fazer

Eu não sei o que devo fazer pra te ver melhor amigo. Talvez meus conselhos não sejam os mais apropriados, e prefiro ficar em silêncio e apenas te ouvir.
Na internet é difícil fazer isso.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Adeus passado de um ano

Absolutamente nego minhas atitudes idiotas deste ano. Não sou covarde, apenas quero recomeçar, como em todo final de ano. E para isso, queimo o passado, e apenas guardo aquelas cinzas que voaram com o vento para fora da fogueira. Essas sim, quero guardar.

2010

E mais um ano se passou e mais dias vivi na companhia de mim mesma. Não reclamo, só espero por alguém que mude minha inércia e me mude também. Durante este tempo sozinha, pude fazer escolhas tranquilas, caminhar por onde decidia ir, fazer o que eu quisesse fazer... tudo isso em liberdade, pois estava sozinha.
Como é interessante esse sentimento de domínio e dependência, que todos nós seres humanos reclamamos.
2010 foi mais um ano que se passou e em que eu fui feliz, como em todos os anos anteriores. Não posso e não quero reclamar. Mas o que eu posso dizer é que faltou alguém ao meu lado para eu fazer feliz também.
Quem sabe ano que vem?

Melhores são os atos

Estou cansada das mesmas palavras
Escritas para soar numa boa harmonia
Elas nascem de um mente sem imaginação
Sem nenhum sentimento para descrever
Porque substantivos, adjetivos e pronomes
Não são mais que sons que enganam a percepção
E não contam a verdade
Apenas os atos contam

Quando...

Quando você notar
Que amo-te há dias
Quando você perceber
Que desesperadamente preciso te ver
Quando você descobrir
Que meu sonho é te sentir
Quando você crer
Que existe mesmo alguém que ama você
Talvez você me esqueça
Mas talvez você apareça
Por um tempo, minutos ou para sempre
Não esquecerei que o tempo não levará sua imagem de mim

domingo, 28 de novembro de 2010

Para começo de semana

Our song

I know that I won't sing a song
For the people who have a different tongue

I know that you won't be there
But I will sit in the old chair

I know that my voice won't go out
Because you closed my mouth

I know that the bar will be full
And I will drink with a fool

I know that you won't see me
So I go to home and, again, sleep



Idealizar

É tão triste saber que o que você deseja não será realizado. Talvez por que eu ache impossível de ser feito. Sim, "ache", porque nada é impossível, e eu sei disso. Na verdade, sou uma preguiçosa, quero que tudo o que eu aspiro esteja lá, me esperando. Mas, mesmo que eu não queira dizer a verdade a mim mesma, sei que a vida não é assim, e que só eu posso mudá-la.
O mais frustante é ver o futuro que você está vivendo ser diferente de tudo o que você imaginou. Nós somos tão bons para idealizar, mas quando é para por em prática é difícil fazer tudo de um jeito certo e bom. Utopia, uma palavra que me define, pois mesmo com os meus 16 anos de vida, continuo não me adequando a esse mundo aqui e sonhando o tempo todo. Tem gente que diz que quer mudar o mundo. Eu não, apenas quero conhecer outros. Mas para isso, tenho que mudar o meu mundo primeiro, para que ele esteja aberto a outros. E por em prática é algo em que ninguém está disposto, apenas queremos sonhar.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Incompreensão, causa da dor

Sempre pensei no sofrimento humano. Por que existe dor? Devo por a culpa em Deus, se eu nem mesmo nele acredito mais? E por que as pessoas julgam tanto as outras como fonte de sua miséria?

Não é assim que deve ser. Hoje eu reclamo da minha tristeza, de que ela foi causada por alguém. Amanhã esse alguém vai me culpar pela sua dor, e assim forma-se esse ciclo covarde de culpados e vítimas, que no final todos os são. Eu, culpada e vítima dos outros e de mim. Eu causo sofrimento e sofro. Então por que atribuir as minhas desgraças pelas atitudes dos outros? Eu também, se vermos por este ponto, sou culpada.

E nós somos tão incompreensíveis, até certo ponto, que qualquer falha em nosso emocional se devem ao outros, mesmo que os outros não tenham feito nada com a intenção de nos prejudicar. Por exemplo, uma mulher esbarra na outra, as duas se entreolham, uma pede desculpas, e depois seguem em frente. A mulher que foi esbarrada, sente ódio pela outra porque esta foi a causa de sua dor física, ela pensa que a outra teve a intenção de lhe bater. Meu pai viaja para outro país a procura de trabalho; não volta há anos, então nasce dentro de mim dor e ódio por ele por não me visitar mais, e eu nem sei porque ele não volta, mas mesmo assim atribuo minha dor à sua causa. E são essas incompatibilidades entre as pessoas, que causam a verdadeira dor. A causa de tudo é a incompreensão.

Eu já imaginei um mundo sem diferenças, guerra, inveja, sofrimento e tudo que é ruim. Mas nesses dias de sonhos, eu sempre acabava por concluir que isso é impossível, e até seria burrice se isso acontecesse. Se começácemos do zero, é certo que nasceria o primeiro assassinato, a primeira inveja, e a primeira dor, e esses sentimentos só cresceriam ao longo do tempo até chegar ao que sentimos hoje. Então, já que a religião verdadeira não existe, e se existisse todos a seguiriam, a minha existência aqui na Terra se resume na procura do prazer, da sensação máxima de felicidade, e para isso é necessário eu compreender o que sou e com quem eu vivo.

Sacrifícios amorosos

O amor é baseado em sacrifícios. Mas quando é amor puro, são sacrifícios indolores. Quando você ama, mesmo que seja a distância, você quer ser o melhor dos melhores para o amado(a). Porque você quer sua atenção todo o tempo (se pudesse, para sempre). E para isso, aceitamos qualquer tipo de sacrifício, um dele é se tornar alguém que você não é. Este pode tanto ser um sacrifício doloroso ou um sacrifício indolor. Pode ser doloroso quando você se sente mal, sem estar bem com alguém do seu lado, porque você não está bem. E pode ser um sacrifício indolor quando você muda completamente a si próprio e nem liga pra isso quando está perto de alguém que ama. E você só vai saber se é amor puro quando "sofrer" o sacrifício indolor, porque nada mais vai importar quando você estiver do lado dele, ou dela, nem mesmo a dor.

domingo, 21 de novembro de 2010

Iluminismo

Eu tenho a certeza de todas as dúvidas
E não sei explicar nada certo
Então vivo entre as rachaduras
Que cobrem o conhecimento, formando um teto


Como toda rachadura de teto é bondosa
Deixa passar feixes de luz dentro do negro
Essas luzes são meu pequeno conhecimento
Que ainda há de iluminar toda minha escura ignorância

Timidez

E nós tentamos nos olhar
E nós tentamos nos tocar
E nós tentamos nos abraçar
E nós tentamos nos beijar

Mas a cada olhar
Uma gota de timidez nos atinge
Então viramos a cara
E esperamos por mais um momento

Words fail



  • Ela: Quanto você me ama? 
  • Ele: Eu te amo muito.
  • Ela: Se você realmente me ama, grita para o mundo todo.
  • Ele: (sussurra) Eu te amo muito muito muito muito.
  • Ela: Por que você acabou de sussurrar para mim?
  • Ele: Você é o meu mundo

Carolina Maia, 

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Música cria amor

E os violoncelos tremiam
Quando um pianista louro entra
Sua boca em mim estreita
E canta junto a opera

Sua paixão é inabalável
Seus olhos lacrimejam
As luzes coloridas do bar

E quando os violinos morrem
Seus olhos vermelhos me dizem
"Vem, corre"
Lhe amo, e a música também

Só por hoje

Hoje a lua não está sozinha
Atrás dela segue o sol
Mas não em seu esplendor
Está ofuscado pela luz de sua esposa
Ele não quis sair hoje
Não bebeu, não se divertiu, não dormiu
Preferiu ficar atrás de sua metade
Seu oposto, sua verdade
E degustá-la em toda sua beleza

Hoje o sol não saiu
E a lua sorriu

Não escuridão de hoje
Não apareceram nuvens nem estrelas
Nem manchas nem cometas
O céu: "só nós dois"
E o casal do universo se amou até o amanhecer

Meus três anjos

Eu tenho três anjos
Anjos de verdade, pele branco leite
Corpos cheios, peitos inflados
Uma força delicada em músculos fortes

Eu tenho três anjos
São perfeitos Michelangelos
Faces coradas, sardas saltadas
A visão mais bela

Eu tenho três anjos
Não posso compará-los
São únicos
Em três corpos separados

Meu primeiro anjo nasceu comigo
Flutua entre livros
É devoto das magias de um superior
Olhos azuis, meu anjo Bondoso

Meu segundo anjo vive longe
Observa a multidão e escolhe sempre um
Parece criança, mas o jeito não mente
Ruivo, baixo e claro, meu anjo Cupido

Meu terceiro anjo é novato
Mas o mais velho entre todos
Ultrapassa limites, sorri um branco envolto de lábios extremamente rosados
Alto, pele rija, cabelos encaracolados, meu anjo Generoso

Eu tenho três anjos
Não os possuo, e suponho que não os quero
Apenas os reverencio por suas belezas indescritíveis
E suas imagens eu sempre vou guardar

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Pressões juvenis

"O desejo de conhecer é um servo de prazer. Conhecer por conhecer é um contra-senso. Talvez que o caso mais gritante e mais patológico disto que estamos dizendo (todas as coisas normais têm a sua patologia) se encontre nesta coisa que se chama exames vestibulares: a moçada, pela alegria esperada de entrar na universidade, se submete às maiores violências, armazena conhecimento inútil e não digerível, tortura o corpo, lhe nega os prazeres mais elementares. Por quê? Tudo tem a ver com a lógica da dor e do prazer. Há a dor incrível de não passar, de ser deixado para trás, de ver-se ao espelho como incapaz (no espelho dos olhos dos outros); e há a fantasiada alegria da condição de universitário, gente adulta, num mundo de adultos. Claro, coisa da imaginação...E o corpo se disciplina para fugir da dor e para ganhar o prazer. E logo depois de passado o evento o corpo, trinfante, trata de se desvenciliar de todo o conhecimento inútil que armazenara, esquece quase tudo, sobrem uns fragmentos: porque agora a dor já foi ultrapassada e o prazer já foi alcançado.
A gente pensa para o corpo ter prazer."
Nelson C. Marcelino. - Introdução às ciências sociais

É assim o ciclo educativo das escolas do Brasil. Os alunos não estudam com prazer, mas por obrigação. É dever do estudante de hoje "passar" em provas, vestibulares ou outros exames logo de primeira, se não o fizer, os "azarados" começam a ouvir:

- Perdeu um ano, heim?
-Caramba, todo mundo passou, menos você. Tá bem?
-Calma, você vai conseguir (daqui a 12 meses de estudos).

É uma pressão atrás da outra. Será que não podemos viver mais o prazer do que a obrigação? Somos jovens, e esta fase nunca voltará. Daqui a alguns anos, estarei velha e trabalhando, e não terei mais tempo de fazer o nada, jogar conversa fora, namorar, sorrir por nada. Parece triste, e ninguém quer um futuro desses, mas mesmo que você planeje sua maravilhosa vida, ela, de qualquer jeito, vai te levar pra um destino que jamais tivesse imaginado.
Além da pressão de estudar, que deixa alguns (acho que a minoria) presos dentro de casa, existe a tal da tecnologia que isola muito mais os jovens modernos. Eu acho que nasci há 30 anos atrás, mas morri e voltei nesse século sem querer me adaptar a essa artificialidade humana. Não quero que exista metal, ferro, telas, teclas ao meu redor, quero um cenário como o dos livros europeus, (ou até brasileiros): florestas, vento puro, o som da cachoeira, animais e um lugar grande para que as pessoas possam correr até se cansar. Mas não, nosso espaço não é assim. Somos rodeados de carros, rodovias, postes, casas aglomeradas, pessoas correndo olhando para o relógio...e desse jeito "perdemos a hora", perdemos a noção do valor do tempo. Antigamente, quando eu era mais nova, o tempo era tão lento, o dia parecia não acabar mais em meios às minhas saídas com a bicicleta. Mas hoje, estudando e já íntima da responsabilidade, meu tempo é marcado por horas e atividades. Nem tenho tempo mais para ficar sentada no banco do quintal. Me tornei uma corredora, e junto a mim todas as pessoas do mundo.
Portanto, essa "obrigação" de estudar, ser aprovada, ganhar recompensas não tem o menor sentido para a vida de alguém, claro, se esses fatores forem levados a sério demais e num outro sentido. Digo no sentido de serem tratados como os únicos objetivos na vida, porque não são.
A vida é muito mais que decorar fórmulas, nomes dos ossos do corpo humano ou regras gramaticais. Vida é nada sem conhecimento. Você cria o seu conhecimento, da melhor forma possível, para sentir prazer.

Dia no parque

É impressionante como um dia diferente nos modifica corpo e alma, como se de um inferno para o paraíso.
Semana passada apenas fiquei em casa estudando, saindo para as cotidianas atividades e escrevendo o que sinto: o de sempre. Mas eis, que na sexta-feira surge um convite, aliás uma oferta. Amigos meus me chamaram para ir a um parque numa cidade vizinha, de graça! Eu, sempre com minhas dúvidas e desconfianças, pensei muito, mas decidi ir.
Segunda-feira, acordo às 6h00min da manhã e começo a arrumar a mochila. Tudo pronto, café tomado e dentes escovados, lá vou eu para o parque mais famoso do estado.
A paisagem na janela passavam como borrões de um quadro abstrato. Imensas terras de cana-de-açucar eu conheci. Até que, ao meio dia, finalmente chegamos a um shopping e almoçamos. Eu, sendo preventiva, comi pouco,pois não seria bom ver meu almoço ir embora enquanto eu estivesse num brinquedo do parque. Acabado o almoço, dividimo-nos em grupos e conhecemos mas o shopping, bem pequeno e diferente do da minha cidade.
3hoomin, estavam todos a bordo do ônibus. O parque fica atrás do shopping, então o tempo de espera foi pouco, mas a adrenalina, imensa.
Uma fila de umas 40 pessoas nos esperava fora do parque. Logo nos enquadramos na linha, e para minha surpresa, não se passaram 7 minutos e já estávamos dentro do parque. Agora, com a imensidão de diversão à minha frente, pensei: "qual será o primeiro brinquedo?". E como uma criança de 4 anos, saí correndo com a minha irmã em várias direções a fim de encontrar o melhor. Nossa decisão foi o carro bate-bate. E depois desse, percorremos quase o parque inteiro, e deixamos com ele nossas digitais. Para mim, foi como num jogo de video-game, passei por níveis. Primeiro o carro bate-bate, depois o samba ( brinquedo que fica girando e pulando, como um pandeiro), barca (navio que quase me mata de medo quando subia sua ponta até o topo do poste), depois a montanha-russa (a pior de todas). "Eu vou conseguir" Até minha irmã me incentivou. Depois de meia hora na fila, finalmente entrei no carrinho que me levou 30 metros acima do chão, e me fez ficar de cabeça pra baixo 3 vezes. Só senti o vento, porque estava de olhos fechados o trajeto inteiro. Quando me dou por mim, o carro para e já devo pular fora. Depois dessa superação, os outros brinquedos tornaram-se tão inofensíveis que até ficar 50 metros de cabeça pra baixo seria mole.
Depois de um dia de risos, frios na barriga, fome, e correria, chegamos ao ônibus, e o sono abateu à todos. Foi um dia tão bom, tão ótimo. Foi tudo o que eu queria que fosse: inesperado, inimaginável. Um dos melhores dias da minha vida, dentre a maioria que é apenas rotina. E que para o meu bem, preciso lhes dar o valor como a esse dia no parque que foi tão maravilhoso.

Tenho nojo de mim

domingo, 14 de novembro de 2010

Depressão de incapacidade

Incapaz de assumir
Esta enfermidade que devora
Aniquila
Arranca fora

Joga fora, meu bem
O que já não lembro
O que já mais não amo
O que já tive por tempo

Não estou, sou uma doente
Incapaz de caminha
Incapaz de poetizar
Sobre o belo da vida

Sou incapaz de dizer
O que há tempos quis fazer
Com você

Estou alienada por remédios
Estou à parte do mundo
Meus olhos, sujos
Meu destino, abismos

Sou incapaz de ser forte
Qualidade que sempre estimei
De que sempre falei
Que um dia, fui

Quatro paredes me cercam
Apertam
Secam
O restante de músculo do meu coração

Sinto a dor sair do peito
Chegar à garganta
Vomitar a depressão
Através de meus choros

Incapaz, Incapaz, Incapaz
Odeio o fazer nada
Ficar parada
Apenas para
Assistir as lágrimas rolarem

Morte, morte, morte
Está é a solução?
Quero que não

Sou incapaz de morrer
Porque não sei o que é viver

sábado, 13 de novembro de 2010

Poema Livre


Choro pela ausência
Estou impaciente com tudo
Até com o simples tudo
Choro pela solidão

Perdi o respeito por mim
Sou o perigo
Perdi o respeito de ser feliz
Isso já aconteceu comigo

Até os que riem choram
Param de sorrir
De fazer os outros sorrirem
E mudam completamente o semblante

E pergunto sempre
Quando esta fase vai fugir?
Para eu ser livre
Para eu sorrir

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Um cenário escuro

E tudo ficou preto
As sombras, fantasmas
O vento, não mais que um soneto
E as ondas finas, castas


Desilusão, uma droga

Uma imensa desilusão me devora. O sentido da vida parece que se cansou de mim e fugiu, levou as malas cheias de alegria, felicidade, amor. Deixou-me sozinha, num escuro, sem nenhuma luz para ver pelo menos o contorno de meus dedos, feridos de tanto escalar montanhas na minha procura eterna por algo bom. Sem nenhum objetivo, recheio meu tempo com impertinentes pensamentos que me torturam, me perseguem e não saem mais da mente. O tempo passa, e eu junto aos meus pensamentos, quieta, ninguém por perto, nem a luz.
As pessoas perderam meu interesse, elas não são mais fonte de suspiros, ansiedades. E perdendo as pessoas, perdi a fascinação da vida, das folhas, animais, a brisa, os raios solares, as nuvens cinzentas, a música. Porque tudo é sem vida, sem interesse. As coisas vagam lentamente, passam na minha frente e eu não as noto por um segundo, porque como eu disse, perderam-se de mim.
As decepções me fizeram assim. Os sonhos de mudança, o futuro planejado, tudo foi pisoteado, jogado fora, desprezado. Posso me declarar a culpada, pois eu que quis assim, se eu desejasse, deixaria as decepções passarem e eu nem as notaria, mas eu as notei e noto. O mais importante eu deixo passar, mas o pior para mim me atrai. É como se a dor fosse uma droga, uma necessidade de sentir o mal, o ruim, o defeito no corpo, só pra ter o gostinho de como o bom é tediante. Sendo isto uma droga, sou eu a viciada, e até hoje vivo nessa desilusão com a vida. Tenho planos para parar de usar essa droga, mas é tudo em vão, porque até os planos eu não consigo e não tenho mais vontade de desejar.

Esquecer o proibido e seguir o caminho

Uma cruel maldição caiu sobre mim
Me consome há muitas procelas
Estou com medo, porque não vai existir fim
Eu sei, minha vida tornou-se espera

Por que não sinto o mesmo com outro?
Um outro que não seja proibido
Mas se assim fosse, meu amor seria pouco
E meu coração estaria ferido

Logo você, minha figura paterna
Encontrei-te, agarrei-lhe
Seu cheiro, atração terna
Normal entre pai e prenda

Mas, pelos raios, você esta fora
Não há o que planejar
Então me contento com a aurora
Que lembra teu olhar

terça-feira, 9 de novembro de 2010

I believe in supernatural

"Those who are dead
Are not dead
They just live in my head

And since I fell
For that spell
I'm living there as well

Time is so short
And I'm sure
There must be somenthing more"

42 Coldplay

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

I only play sad songs

It's something unpredictable
but if the end is right
I hope you have the time
of your life

Profissão?

Eu dou para psicóloga. Sou mais apta a ouvir do que falar. Acho que é altruísmo demais, porque quando discuto meus problemas é como se eu quisesse que o outro ficasse com pena, compreendesse, de forma obrigatória, e isso não me faz sentir bem, porque não gosto da dor do outros por minha causa. E também meus problemas não são tão significativos quanto os dos outros. E além do mais, sou capaz de resolver meus problemas sem a ajuda de remédios, livros, terapias ou pessoas, e por isso tenho que ajudar aquelas que são o oposto à mim.
Consideram mais fácil ouvir do que sentir, mas no meu caso é diferente. Quando ouço alguém, tento, o máximo possível, me imaginar naquela situação. Lembro das mesmas dores que já tive e as comparo com a do falante. E tudo isso é tão excitante, porque você pode ter a ilusão (talvez seja real, algumas vezes) de que compreende seu companheiro e que sabe o que fazer. Quando sinto a mesma sensação do outro, dou-lhe uma solução, imparcialmente, do que é melhor fazer. Ao dizer as palavras, preciso no tom de minha voz e nas feições de meu rosto; a voz tem de estar calma, mas atenciosa, e o rosto descansado, vidrado nos olhos do outro.
É raro eu dar conselhos, e para que eu ajude mais aos outros, me intrometo em suas vidas. Eu sei que elas vão saber porque faço isso, e que não o faço por interesse.
Assim é que eu tento mudar o mundo: mudando as pessoas.

domingo, 7 de novembro de 2010

Aquelas músicas me fizeram pensar

Ontem eu saí de casa, eram 22h15min. Fomos ver uma apresentação de música erudita. Estava frio, mas meu casaco mesmo assim conseguiu me fazer sentir calor. Saímos eu, minha irmã, mãe, cunhado e um casal amigo da família. Seguíamos para centro da cidade, em meio a risadas e risos contidos também. Muito demorada foi a viagem, mas enfim, chegamos ao lugar que queríamos. Finalmente desci do carro, me estiquei e saí andando atrás de todos, claro, estava "sozinha". Minha irmã estava com seu namorado, minha mãe com o casal de amigos, e eu lá, calada. Andando em direção à uma praça, vi um rosto conhecido, angelical e lindo como sempre. Duas amigas minhas estavam lá também. Abracei-as forte, de tanta saudade que tinha. Trocamos umas palavras, e depois seguimos para um bar. Para minha grande surpresa, o estabelecimento estava cheio de jovens da universidade, o que significa, na maioria das vezes, bebida e fumaça. Sentei-me e esperei a tal apresentação começar. Na verdade não era uma apresentação formal, como eu supunha, mas sim dentro de um bar, num lugar pequeno para dois violinistas, um violoncelista e um tocador de oboé. Não me lembro do nome do grupo, mas sei que são do sul. Enquanto ajustavam os instrumentos, fiquei observado, calada e sozinha, aquele mundo jovem que eu não conheço. Tantas pessoas diferentes, mas diferentes do que eu normalmente vejo. São meninas de vestidos, parecidas com bonecas e meninos com tatuagens, fumando, no melhor estilo. Quando eu saio pela cidade, não encontro esse tipo de gente, vejo pessoas suadas, senhoras, crianças e percebi naquela hora que não conheço o mundo em que vivo. "A minha visão é tão limitada."
Gostei deste cenário vivo e jovem. Eles expressam revolta, desleixo, amizade, amor, diversão, vida. Gostei desse mundo, e fiquei tentada a sair do meu. De repente, uma mão me toca no ombro, uma das irmãs me chama pra dentro do bar. Fico espremida entre uma parede, ao lado da menina e começam a tocar. Um ótimo som, leve, entra em meus ouvidos, primeiro um violino, depois o outro, e depois o oboé e o violoncelo. Incrível as coisas maravilhosas que o ser humano pode fazer, música é a melhor delas. Me deliciei naquela frenética sensação lenta, de deslumbramento.
Enquanto a música fluia, um cara chegou para perto de mim e falou bem perto de meu rosto. Não sei se estava bêbado, mas era engraçado. Ele começou a falar de música, é pianista, falou de sua admiração também. Eu, tímida, ignorante sobre esse mundo simpático, fiquei ouvindo, como sempre faço, e rindo também.
Tocaram então a última música, "Paranoid Android", do Radiohead. Ótima, fazia tempos que não ouvia essa banda. E do mesmo jeito, senti-me bem ao ouvir aquele som.
Acabada a apresentação, voltamos à mesa, e os adultos ficaram a conversar e beber. Enquanto isso, observei de novo os jovens. Vi uma menina linda, camisa e cabelos pretos, branca, parecia uma flor. Depois vi uns caras fumando, conversando, rindo sem parar. Na entrada do bar, os músicos discutiam sobre música, suas notas, artistas, obras. Do lado da minha mesa, outros jovens tiravam fotos de um casal, de amigos ou namorados, não sei, mas existe diferença nessa fase da vida? Passaram-se as horas, pingos de chuva marcaram meu jeans e boa parte das pessoas correram para dentro do bar, outras foram embora, entre elas minhas amigas e eu.
Com sono, e com a maior vontade de voltar para casa, sentei no carro e pus minha cabeça na janela, como um carrocho que tive. Pensei sobre a noite, a vida. Minha vida. Eu aproveito a vida? Será que minha solidão é ruim, construtiva? Estou perdendo algo? Milhares de perguntas vieram, e não pude respondê-las porque não sei a respostas para o melhor pra mim. Não sei no que trabalhar, como me relacionar, como viver. Apenas vivo, sinto, preciso ser feliz, claro, do meu jeito. Mas não sei se o meu "feliz" é o feliz do futuro, quando eu lembrar de tudo, da minha vida, e espero não me arrepender.
Cheguei em casa, despi-me. A camisola folgada me fez sentir mais leve. Tive a sensação de uma sonho, mas estava acordada, então deduzi que era um pensamento. Pensei sobre esse mundo que não conheço. Pensei na viagem que devo fazer para desfrutar do meu mundo, porque acredito que não existam outros, só um, o meu. Porque só posso sentir o que eu sinto, não o que as outras pessoas sentem. Então, este mundo de que falo, um dia vou vivê-lo, pois ele é uma fase.
Não quero me arrepender de nada, do que não fiz, ou do que fiz. Quero apenas ser feliz.

Melhor amiga não se perde

Estudo numa classe cheia de variantes interessantes.
Tem um garoto, que senta ao meu lado. Não somos amigos, é raro trocarmos palavras, acho que nunca falei com ele na verdade. Mas mesmo assim, depois de tantos anos de "convivência", conheço cada rosto dos 35 alunos da minha turma, algumas personalidades. E percebo suas fragilidades. Esse meu colega, há muito já foi feliz. Tinha um grande amigo, há uns 5 anos, quando eu era novata. Ele era tão alegre ao lado de seu amigo, passavam a aula inteira bagunçando, rindo, brincando de se bater, falando besteiras de adolescente. Eram unidos como irmãos, moram no mesmo bairro, e aposto que se encontravam todo dia para andar pela cidade. Não consigo descrever este tipo de amizade, mas posso dizer que sei a sensação de ter um amigo desse ao lado. Bem, o ano passou, e o melhor amigo do meu colega repetiu de ano, teve de trabalhar, saiu da escola. E tudo o que era colorido na vida de meu colega, tornou-se um preto imenso. Eu notei isso e ainda vejo que esta fase não passou. Posso estar errada, mas é o que sinto. De uns anos pra cá, meu colega não brinca mais, não tem melhores amigos, nem fala direito com os seus restantes, não ri. Sinto que ele está incompleto, que a saudade está ao seu lado desde aquele tempo. Até que ele encontrou uma namorada, mas não sei ao certo se isto o faz feliz. Só sei que seu melhor amigo se foi há muito tempo, e que as sequelas desta separação duram até hoje no pobre menino.
Isto serve de alerta para que eu nunca perca minha melhor amizade, estando longe ou perto, não quero sentir saudades amarguradas, porque sei que não vou perder minha melhor amiga. Ela sabe quem é ...

Volta Primavera!

Varre as folhas do quintal
Porque não vejo sinal
Da primavera voltar
Para as flores mostrar

Varre a terra cheia de pó
Bege, que tinge, faz dó
A quem não vê cores
Sem flores, com dores

A última imagem
Chega de viagem
Mas sempre volta
Não fica na memória

Varre as folhas secas a perecer
Digo-lhe que quero esquecer
Tudo o que é antes da primavera
E depois. Eterna espera


sábado, 6 de novembro de 2010

Sorriso meu

Nenhum fetiche é mais certo
Que este sorriso aberto
Quando ele chega sem hora
Peço para que haja demora
Este presente que não mereço
Recebo com maior apreço
Ninguém possui tudo que tenho
Só seu sorriso é o que retenho
"Esqueça tudo que um dia te disseram, apenas pare pra pensar.
Não acredite nos outros, confie em si mesmo para não errar"

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

If you love me...won't let me go?

Por que escrever sobre amor?
Por que somente amor?
Sempre amor?
Tudo amor?

Poemas, cartas
Músicas, sonatas
Pinturas, esculturas
Móveis, rachaduras...de um tronco de árvore entalhado

Mas existe algo maior que o amor?
Diga-me, prove-me
Fira-me, teste-me
Não há resposta
Para o enigma além desta vida...o cérebro é limitado para criar, pensar, formar, fazer...além de amar


Não é Dani, é Dane

Dane, na mais pura inocência (será?)hahaha
Amiga minha que está nas nuvens
te amo...

Sociedade Moral

Por que tanto deve se obedecer às leis? Será que elas têm tanto valor assim?
Para mim não. Foram feitas para comandar pessoas sem senso crítico, são como cartas na mão de um jogador. Se você quer se dar bem, é só saber qual lei te protegerá e tudo certo. E isso vale para todos, claro, as leis são democráticas. E se são válidas para todos, valem também para pessoas que cometem crimes considerados terríveis pela sociedade, e claro, para o júri. Mas não, a ordem é ser imparcial, ou seja, siga as leis e não demonstre nenhum tipo de dó, raiva, compreensão...nenhuma emoção. E assim essa vida "direita" segue, alguns saem bem e outros saem mal, para alguns é feita justiça, outros carregam a culpa do outro por anos na cadeia. Quem é a culpada de tudo isso? As Leis, que não permitem nenhum tipo de "senso crítico moral" nas pessoas. Ou seja, qualquer um é impedido de exercer a moral, que toda sociedade aceita, e mudar a sua situação.
Vou dar um exemplo. Uma garota é estuprada. Um crime horrendo, ninguém aceita, fazem protestos na cidade. O caso vai ao júri. O advogado do estuprador é bom, conhece as leis, leu toda a constituição e vai fazer o seu melhor para defender o cara que te pagará uma boa grana no final, claro, ganhará mais se vencer a causa. As reuniões no júri se seguem, passam os dias, a menina ficando ainda mais traumatizada com tudo aquilo. Até que chega o grande dia, a Excelência dirá condenará ou absolverá o réu. E quando todos esperavam a sua vingança, rápido sai a voz: " O réu está absolvido". Todos ficam revoltados, tristes, nervosos, apenas os dois cretinos riem da vitória e saem do júri para beber uma. E tudo isso aconteceu por que? Porque durante o julgamento, o grande advogado soube preservar todos os direitos (leis), de seu cliente e usá-las como arma para tirar ele daquela enrascada, enquanto o outro advogado, não conseguiu rebatê-los, pois assim estaria desvalorizando e descartando os direitos do réu, estaria indo contra a LEI.
A moral permanece na sociedade de acordo com sua cultura. Se ela não seguir essa moral, estará indo contra mesma. É um choque de valores. Ou você segue o que acha certo, ou segue o que é considerado certo seguir, o Estado. Portanto, eu sigo minhas próprias leis. Podem falar de minhas infrações, mas não abro-mão do que penso certo para mim, para todos. A minha justiça.
When starts shine
My eyes can't describe
The true sun
Is anything so hurt?

But I'm content
I'm living
My Grace is living
All is perfect

In my world
A boca aberta, os dentes trincados
Observo seu caminhar lento no meio da multidão
Eu, como uma raposa covarde
Você, o filhote de carne
Giro, corro, fico na ponta dos pés
Até sua castanha cabeleira se misturar
E perder-se no mundo
E lá se vai mais um dos meus amores não fecundos


E quando o piano parar de tocar
Só o seu rosto restará
No profundo mar de silêncio
Eu serei o vento
Amiga do vácuo
Inimiga da rapidez
Levantarei folhas
Moverei águas
Bagunçarei cabelos
Seus cabelos
E o piano voltará a tocar
Quando você morrer
Você pensa que irei sofrer
Mas não farei isso
Apenas trancarei meu riso

domingo, 24 de outubro de 2010

Amor é vida, em alemão.

Você volta?

E se eu te disser que preciso de você mais uma vez? Para todo o sempre, a todo segundo?
E se te disser que minha vida está uma merda? Que o mundo não é mais mundo?
E se eu te disser que nem a nossa lua mais existe? Nem a que a luz do sol mais me ilumina?
E se eu te disser que te amo mais que antes? Que meu coração vai explodir, se você não estiver aqui?

Tudo isso seria necessário? Você poderia dizer que não, todos os outros também.
Mas para mim é preciso. São essas perguntas que me detém...de fazer loucuras maiores na vida, além de te amar.

Mesmo que seja um sonho, eu luto.

Despedida com a solidão


Por mais que a solidão seja minha melhor amiga
Pois sempre está comigo
Preciso dizer que espere amiga
Não sei mais o que sinto

Eu sei, nossa amizade perdura há anos
Mas agora parece que o tempo mudou
Com ele chegou o verão
E foi-se o inverno

Você sabe, eu sempre gostei do seu frio
E dos momentos no vazio, mio
Mas já não quero mais me agasalhar
Quero o calor, me libertar

Isso não é uma despedida
Apenas um tempo
Peço que volte
Quando eu mais precisar pensar

Porque somente ao seu lado
Tenho tempo para me cuidar
Da mente, da emoção, da vida
Para me amar

Então, até logo solidão
Vou seguir novos caminhos
Arranjar novos amigos
Que eu sei, são seus inimigos

Mas não mudarei de lado
Apenas conhecerei o amor
Eu quero que ele esteja ao meu lado
Agora, nesse meu momento sem rancor

Eu sei que um dia tomarei as dores dessa minha aventura
E só você, solidão, estará ao meu lado
Por isso não vá para sempre
Pois preciso de você, para meus momentos vagos





Perda do inúltil

Essa tirinha me lembrou do passado. Não que isso acontecesse comigo, mas a opinião dos outros era mais importante que a minha. Minha aparência era dependente aos olhos dos outros, era o que eu pensava e acreditava cegamente. Hoje eu sei que, o interesse dos outros não é mais apenas minha aparência, eles têm a vida deles pra cuidar e o mundo não gira apenas ao meu redor. Então toda aquela importância que eu dava para os "pensamentos" dos outros ao me observarem, perdeu totalmente o valor, hoje. E sou como eles, não passo mais o meu tempo a falar sobre se este é feio, ou bonito, até porque não sou ninguém para definir o que é defeito ou qualidade se não fui eu quem criou os humanos. E com a perda do meu interesse por aparências, perdi também aquele comportamento que todos devem ter em sociedade. É, virei anarquista.

sábado, 23 de outubro de 2010

Respeitar enquanto não compreende


Já falei muito sobre mim. Me condeno egoísta demais, pois além de falar sobre mim, falo sobre outros da minha espécie. Ser humano tem essa mania de achar que ele é o centro do universo, que neste planeta ele é o mais importante e que tudo acontece apenas pela sua presença. Tento imaginar como deve ser a visão dos outros elementos que compõem o meu ambiente. Como a raposa me vê? Como ela vê o seu mundo? Tem objetivos? Filosofa como eu? Tem depressão como muitos de mim? Somos espécies diferentes, ela tem seus defeitos e eu os meus, como também ela tem suas qualidades e eu as minhas. Lá vai eu de novo me descrever como detentora de qualidades e defeitos... falar do que não é conhecido é assim mesmo. É um grande mistério que tentamos responder de acordo com que pensamos, de acordo com os nossos limites, e no final não vemos a verdadeira resposta desse mistério. Ah, e se só existisse um só mistério nesse mundo ilimitado de imprevisibilidades, como seria bom ter o poder de entender tudo o que é infinito de conhecimento.
Mas voltando, como deve ser a vida da raposa? Do passarinho? Do meu cachorro? Do urso polar? Nunca vou saber, é impossível, já sei. Já é difícil me entender, imagine os animais? Ou as flores e árvores? As pedras, o sol, as nuvens? Pra mim, tudo isso é um tipo de vida, que tem visões diferentes da minha e que vive completamente diferente de mim. Até melhor, eu acho, pois não participa de situações embaraçosas, não sentem dores...será? Nunca saberei. Tenho muita vontade de saber, só pra sentir o que outros seres sentem ( se é que sentem ) e entende-los. E enquanto eu não entendo-os, respeito-os.

Admiração dos erros

Admiro tudo. Preciso admirar, senão perco o sentido da vida. Já que não tenho religião, a minha missão sou eu quem decido aqui na Terra. É doloroso não saber o que devo fazer aqui, se é o correto que já faço, ou o que eu não fiz; mas de uma coisa tenho certeza, o que devo fazer é somente o que proporciona alívio às pessoas, tudo que passa o mal a elas é o que eu não devo fazer. É uma troca de favores, quase, porque se eu não te incomodo, você não me incomoda. Mas é assim que deve ser? Cada um do seu lado e que viva sua vida? Será que não pode existir mais aquela proximidade que todos têm, que devem ter, uns com os outros? Se Deus nos criou, ou se outra divindade teve essa vontade, eu creio que seja por um bom motivo. Além de existir um bom motivo para criar milhares de nós, seres humanos.
Não sei se sou apenas um brinquedo na mão dos outros, se estou sendo boba, idiota, deixando que os outros se "aproveitem" de mim, mas não posso mudar diante do que é por mim natural. Por mais que me xinguem, não consigo fazer com que minha raiva dure por muito tempo, esqueço e só. Faço isso porque quero, às vezes não podemos nos prender ao orgulho. Mas é claro que existem as excessões, em que a minha dignidade tem de ser preservada. Mesmo assim, na maioria dos casos compreendo tudo, todos os sentimentos de cada um, até porque sinto o mesmo que eles, sou igual em essência a eles. E a cada facada que levo, repito "Perdoe-os, eles não sabem o que fazem", e sorrio porque admiro cada vez mais o que tento entender.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Amigos em toda parte

Sou uma ciumenta declarada. Não é vergonha para mim, carência parece ser o meu primeiro nome. A solidão é a minha pior inimiga, ataco-a quando me sinto mais forte na presença de amigos, (pessoas, animais, objetos, paisagens) inúmeros tipos de amigos. A solução para evitar a solidão não está na companhia de alguém, e sim na nossa idealização do que significa estar acompanhado. Se necessitássemos apenas de pessoas, certamente a maioria da população não sobreviveria, porque todo mundo sabe que pessoas precisam ficar sozinhas e por isso algumas não aguentariam os limites do próximo e morreriam de tristeza. Um exemplo sou eu. Se eu apenas requisita-se a presença de pessoas para me sentir bem, na certa eu já estaria morta e nem teria a oportunidade de escrever isso daqui.
Apesar da minha solidão humana, convivo com vários amigos meus, imaginários ou não. Eles são tudo o que vejo e o que sinto; são objetos, lugares, árvores, água, vento, nuvem, a parede do meu quarto, o pente, a escova, o espelho (um dos meus amigos é eu mesma), praticamente tudo o que eu percebo. Na maior parte do dia eu fico sozinha, o que me sustenta é a presença das minhas coisas, das ondas do mar onde mergulho, da minha gatinha que mia quando passo, da televisão que me faz rir, das poesias que escrevo de vez em quando, do barulho do farfalhar de papéis na sala de aula, dos gritos das pessoas, da sensação de segurança, da sensação de insegurança, medo. Na verdade, sou feliz por presenciar todos os meus amigos, por senti-los, vê-los. Eles são totalmente parte de mim, o que nenhuma pessoa é capaz de ser.
Esse texto pode estar dizendo que sou auto suficiente, que posso viver sozinha, solteira e sem mais ninguém, mas não, isso não é verdade. Ainda sou humana e eletreficada negativamente, cheia de prótons que precisam dos seus nêutrons para me tornar completa.

Transforme o ruim em bom

Todos dizem que as experiências são boas na vida de alguém. Eu concordo, mas há um porém. Por quê então, a maioria das pessoas que passam por necessidades, tragédias, traumas não aprendem com sua dor e passam o resto da vida sentindo-a? São experiências pelo o que elas passam e mesmo assim não aprendem o significado delas. Isso significa que elas ainda não aderiram sabedoria o bastante para lhe dar com a dor. A maior luta de um ser humano é contra si mesmo, seus próprios medos, dores, pensamentos e, deve ser assim em toda sua vida, um aprendizado.
Para mim sábio é aquele que vê o mundo como apenas um lugar bom, onde tudo é normal, a morte e o nascimentos, as mudanças e a inércia. Sábio é aquele que compreende tudo, se conforma com o que é natural, que é tudo.
Se você quer ser sábio, aprenda com suas dores, transforme-as em armas que possam te proteger de novas desgraças e tragédias pois só assim você vai estar preparado para outras lutas. E lutará sozinho.

Dor física boa

Dor é tudo o que o seu humano não quer e evitar ter. Pode ser a dor da morte de alguém próximo, do arder dos dedos quando toca o fogo, de cabeça cheia de preocupações, da solidão...dor existe para tudo, mas ainda sim desejamos evitá-la, o que é quase impossível. Existem pessoas que gostam de sentir dor, pra algumas é revigorante pois acredita que expurga todos os seus pecados e defeitos, ou é só para sentir "prazer". Mas vejamos a dor de um modo diferente, no qual a maioria dos blogs pessoais não descreve: a dor física. Imagine se não possuísemos dor física, ou seja, sem dores de cabeça, estômago, unhas encravadas, estouro de espinhas, arrancamento de fios de cabelo, caída de dentes, ossos quebrados, pés torcidos...nosso corpo seria invencível. Os grandes causadores de nossas doenças silenciosas e dores deixariam de ser tão importantes, viveríamos sem ressentimentos e medo, já que não ficaríamos doentes de jeito nenhum.
Durante esse tempo sem dor, os humanos começariam a desvalorizar pelo o que não lutam mais, o próprio corpo. Já seria uma coisa tão comum e desvalorizada que ninguém mais ligaria pra o que acontecesse com os seus membros. E como o seu humano é capaz de tudo, simplesmente tudo por dinheiro, o que você espera que ele faria? Certamente venderia seus membros para poder se sustentar, faria trocas, aluguel, empréstimo, tudo. Além disso, lutaria com os outros sem ter medo de ficar aleijado, queimaria os dedos numa fogueira, ou se afogaria em bebida pelo resto do dia, tudo sem o medo de se perder no mundo da falta, da falta da perfeição que é o corpo humano.
E é imaginando esse sombrio futuro é que eu compreendo as dores físicas que o humano deve sentir. Tudo pelo que passamos tem um objetivo, um resultado.Tudo pelo que passamos serve de experiência, instala-se na mente e expõe como aviso de alerta a situações que já sabemos como lidar. É fácil escrever sobre a dor mas senti-la é bem diferente. Durante a minha vida tentei e tento compreender tudo o que acontece comigo, entender os fenômenos que todos acham ser estranhos mas que na verdade são todos naturais, pois acontecem aos nossos olhos, no nosso mundo. É uma forma de altruísmo, de compreensão que me esforço em criar em mim mesma para que eu possa continuar vivendo não em um mundo estranho, e sim natural em si, como eu.
E com a dor é a mesma coisa, e de tanto não sentir dor, futuramente, serei impenetrável, sábia, é o que eu desejo.