Já falei muito sobre mim. Me condeno egoísta demais, pois além de falar sobre mim, falo sobre outros da minha espécie. Ser humano tem essa mania de achar que ele é o centro do universo, que neste planeta ele é o mais importante e que tudo acontece apenas pela sua presença. Tento imaginar como deve ser a visão dos outros elementos que compõem o meu ambiente. Como a raposa me vê? Como ela vê o seu mundo? Tem objetivos? Filosofa como eu? Tem depressão como muitos de mim? Somos espécies diferentes, ela tem seus defeitos e eu os meus, como também ela tem suas qualidades e eu as minhas. Lá vai eu de novo me descrever como detentora de qualidades e defeitos... falar do que não é conhecido é assim mesmo. É um grande mistério que tentamos responder de acordo com que pensamos, de acordo com os nossos limites, e no final não vemos a verdadeira resposta desse mistério. Ah, e se só existisse um só mistério nesse mundo ilimitado de imprevisibilidades, como seria bom ter o poder de entender tudo o que é infinito de conhecimento.
Mas voltando, como deve ser a vida da raposa? Do passarinho? Do meu cachorro? Do urso polar? Nunca vou saber, é impossível, já sei. Já é difícil me entender, imagine os animais? Ou as flores e árvores? As pedras, o sol, as nuvens? Pra mim, tudo isso é um tipo de vida, que tem visões diferentes da minha e que vive completamente diferente de mim. Até melhor, eu acho, pois não participa de situações embaraçosas, não sentem dores...será? Nunca saberei. Tenho muita vontade de saber, só pra sentir o que outros seres sentem ( se é que sentem ) e entende-los. E enquanto eu não entendo-os, respeito-os.
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