Carolina C.

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Sou influenciada a escrever por tudo o que ouço,toco,vejo,sinto e leio. E por lembranças também, portanto a autoria é das projeções do meu mundo.

segunda-feira, 25 de abril de 2011


Não diga impropérios

Serei uma droga furiosa

A lhe arranhar e praguejar

Se falares de minha preciosa arte

Shut and stay


Silêncio. Onde está o grito?
Qualquer soprano é xingamento
Contra meu silêncio
Momento único em que me acalento


Indiscutível


Ninguém sabe do que sou
Que faço
Porque assim

Arte:

É algo que chega como de uma corrida
Suado e ativo, cansado mas vivo
E se não agarrar o pique
Perde-se aquela única água salgada
Que brota sob os poros
Escorre da alma
E pinga no chão se eu não enxugar
E bebê-la, para a mente trabalhar


Noviça Rebelde


Figuro tempos belos e calmos
Que nas histórias de contar estão
E em meu ser vive,
Sugando minha realidade
Quão direito tenho hoje de sonhar
Se nos tempos passados pouco importava?
Viver era o suficiente e
quebrar correntes era incomum
Não vivi uma camponesa
Nem uma escrava de Portugal
Nem nobre de condessa
Nem princesa de cristal
Mas posso dizer com convicção
Minha era não é para mim
Como máquina não é para campo
As mãos, tão úteis
Na natureza devem suar
Para eu verdadeira vida levar
Para o céu azul ainda brilhar

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Voltas?


Você escreveu que os canteiros estão cheios de flores, as árvores de frutos e que o tempo está bom, fazendo 25 graus Celsius. E aqui? Aqui ainda está frio R.
Como é que fica o tempo aqui R.? Estava tudo tão ensolarado quando você estava aqui.
E quanto às nossas flores? Secaram. E as suas estão nos canteiros.
A terra está batida, e a sua úmida.
E enquanto ao passado? E enquanto ao tempo de antes?
Foi-se.

Desencontros do cotidiano


O entusiasmo de anos atrás se fora com o tempo. Quando você foi embora, nos primeiros dias de solidão, minhas saudades cobririam o mundo com minhas lágrimas, e escuridão o céu seria com a minha dor. Assim foi os primeiros dias, semanas e alguns meses. No final de um ano a dor ainda estava ali, mas a paixão foi-se, e isso não quer dizer que não te amo mais.
Os presentes chegavam, e o meu interesse por ti despencavam ladeira abaixo. Criança estúpida que só dá valor ao material não se lembra do doador. E assim foi. Continuei sendo esta criança burra e ingrata contigo por tantos outros anos. A comunicação nunca falhou. A linha do telefone nunca caiu, a internet sempre esteve a postos, papéis e caneta nunca faltaram em cima da mesa, na minha frente, mas... a paixão se foi R. A saudade despencou do penhasco, quebrou-se e se desfez em dez pedaços; não sei por onde esses pedaços pararam, acho que se dividiram em dois continentes.
Foi decisão sua, não minha. Pedi tanto para que ficasse e recomeça-se tudo com a M., mas não teve jeito; para você, o lugar aqui não é bom o suficiente para todos. E disse - Adeus, voltarei. Mas não voltou, respondendo numa carta aquilo que M. já dizia - Ele não vai voltar.
E hoje está assim. Os pedaços, tão esparsos e esquecidos que, qualquer tentativa de procura finaliza-se com a derrota. É, o entusiasmo se foi, e o que restou foi a culpa que me arranha todo o dia em que vejo suas palavras ingênuas e ignorantes num e-mail ou numa carta. Te compreendo mais que os outros, mais do que aqueles que nunca te compreenderam. Poderia te ajudar se, qualquer tentativa disso você não interpretasse como falsidade de minha parte.

Ideias voam como pétalas


É justamente longe da caneta e do papel ou do teclado do computador que meus pensamentos mais importantes surgem numa avalanche. E mesmo que eu tente guardá-los em minha memória não adianta, eles escapam como água nas mãos. Quando quero expressar as ideias mais belas que já tive, me esqueço completamente delas e tento escrever poemas ou outros textos que traduzam outros sentimentos esquecidos e lembrados no momento.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Reticências

SAIBA POR QUE AQUELES TRÊS PONTINHOS SEMPRE ESCONDEM ALGO COMPROMETEDOR

21 de Abril de 2011 às 09:34

Léo Luz

- O que é isso, Francisca? – Indagou um revoltadíssimo Evandro, com o telefone celular de Francisca nas mãos.

- Como assim o que é isso? Meu celular.

- Não se faz de boba, Francisca! Tô falando dessa mensagem aqui! – Evandro mostra uma mensagem no celular dela.

- É uma mensagem do Sílvio, do meu trabalho. Que que tem?

- Que que tem? Que que tem?? Lê direito! – Evandro mostra a mensagem, onde se lê “Preciso falar com você…”.

- Ele tá falando que precisa falar comigo. Não entendi.

- Não, Francisca, não. Ele não fala que quer falar com você. Ele fala que quer falar com você…

- O que? Não entendi nada!

- A mensagem terminada com reticências, Francisca! RETICÊNCIAS!

- Ham?

- “Ham” o que, sua cara de pau? Ele termina a frase com reticências!

- E daí?

- Como “e daí?”. E daí que terminar uma frase dessas com reticências quer dizer alguma coisa comprometedora! Alguma coisa que você tá tomando coragem pra falar!

- Olha, Evandro, eu acho que você anda trabalhando demais. Dessa vez você exagerou.

- Exagerei? Exagerei?

- Claro! O Sílvio trabalha comigo o dia inteiro, qual o problema dele querer falar comigo?

- Nenhum, desde que ele não tenha nada pra falar com reticências!

- Desisto, Evandro. Não dá pra discutir com você.

- Ah, é? Vou dar um exemplo. Suponhamos que ele fosse te falar que você esqueceu os óculos no trabalho. Ele mandaria a mensagem “Preciso falar com você.”, com PONTO FINAL. Você perguntaria o que é e ele responderia, sem enrolar, sem engasgos, “você esqueceu os óculos na sua mesa”. Agora, com reticências é foda. Parece que ele mandou a mensagem “preciso falar com você”, com reticências, e quando você fosse perguntar o que é ele ia dizer: “Sabe o que é? Eu te amo! Eu te amo e quero fugir com você! Dei um golpe na empresa, roubei duzentos mil dólares, comprei duas passagens e um apartamento em Veneza pra gente. Estou te esperando no aeroporto, nosso vôo é às sete. E traz botas porque dizem que a água lá tá subindo”. Entendeu, Francisca? Reticências transmitem uma idéia de querer dizer algo e não saber como, de falta de jeito, de ter que fazer rodeios pra falar alguma coisa, algo comprometedor.

- Evandro, você é maluco. Sério. Você acha MESMO que alguém pensa nisso antes de botar uma droga de um ponto, dois ou três depois das frases? Acha?

- Claro que acho, é inconsciente! Ele precisava te falar alguma coisa mas não sabia como, não sabia a sua reação. Então pegou o celular, escreveu a mensagem, hesitou, apagou, tomou coragem e mandou. COM RETICÊNCIAS!

- Ok, chega! Não vou mais dar corda pra sua maluquice. Chega disso.

- Então vamos fazer o seguinte: já que você diz que não tem nada, a Jandira tá precisando de gerente de marketing na loja dela e paga melhor do que seu escritório. Já que não tem nada, vai pra lá. É aqui mesmo em Niterói e você não vai precisar ir pra outra cidade todo dia pra trabalhar, e não vai mais ver seu amiguinho Sílvio. Ok?

- Ele não é “meu amiguinho”, Evandro.

- Tá, mas tá combinado então?

- Tá bom, Evandro, se você vai parar de encher meu saco.

- E não quero mais ver mensagens dele, com ou sem reticências. Agora ele não vai mais ter o que falar com você.

- Tá, tá. Agora vou tomar banho porque você tá me alugando com essa maluquice desde que eu cheguei do trabalho.

Francisca sai da sala e entra no banheiro. Pega o celular e digita uma mensagem para Sílvio: “Preciso falar com você…”.

domingo, 17 de abril de 2011

Chatice real

Empresários brincam de negociar
Dinheiro de papel, tesouro
Carros e celulares de plástico
Lego em cima de blocos
Bonecos de terno e gravata
Andam, fazendo pose com o celular
Secretárias bem comportadas
Escadas rolantes, elevadores metálicos
Tudo uma brincadeira de criação humana
Brincar de ser responsável quando se é criança
Fingir que negócios nos dias de hoje são legais
Tudo uma brincadeira

sábado, 16 de abril de 2011

Antítese entre eras

Mamãe disse que amizade verdadeira é apenas aquela em que há contato real com a pessoa. E eu disse que não, que o conceito de amizade pra ela é de muito tempo atrás. Tempo em que ela aprendeu, viveu e fixou na mente que esse tipo de amizade é a correta. Não podemos conceituar as coisas, mamãe, disse eu. Como você viveu desse jeito, pensa que isso é o certo. Já eu, que vivo em outro século penso de modo diferente. Para mim podem existir vários tipos de amizade, e qualquer um deles tem valor. E aí? Como é que fica?

Regrets


Arrependimento pode ser considerada a pior dor do mundo. Ninguém é isento dela, impossível se arrepender de ter se arrependido. Uma atitude bem ponderada pode mudar brutalmente a vida de alguém, e aquela atitude que não é pensada talvez leve uma vida para ser esquecida. Mas ficar se remoendo é pior ainda. Mesmo que os outros confortem mais aqueles que se culpam do que aqueles que admitem os erros e seguem em frente, é mais fácil lidar com a desentendimento das pessoas do que a dor da culpa. Penso que a solução para o arrependimento é a mudança da visão de mundo que temos. Preconceitos e mentes fechadas são mais propensas à eternização da dor do que aquelas que criam novos conceitos.

Worst things

Onde está a motivação?
Estou presa numa preguiça
Que parece eterna
Onde está a motivação?

Nada mais é satisfatório
Tudo, vale nada agora
Onde está a motivação?
Para que eu suba de novo

Espero por acidentes
Que me farão mudar
E não mudo por conta própria
Com medo de fracassar

Sou a maior dos perdedores
A melhor em desculpas
A excelente em vitórias poucas
A pior em ponderar sobre tudo da forma correta

Realidade Urbana

Estava no ponto do ônibus
Agitada, andando de um lado pra outro
A única árvore da calçada
Respirando ares de fumaça

O atraso da chegada do ônibus
Formou um amontoado de gente
Enquanto mais carros corriam
E mais tempo passava

Apreensiva, olhava para os cantos
À procura de algo bonito
De repente começo a ouvir
Finalmente o canto de passarinhos

Em cima da árvore se equilibravam perfeitamente
Três gordos e castanhos pássaros
Um querendo derrubar o outro
Até que um voou e os dois continuaram juntos

O ônibus chegou
O sol começou a desaparecer
Os pássaros voaram para longe
E eu voltei à realidade urbana

As horas estão passando
O clima frio que permeia entre as nuvens
O dia parece se dividir
E tudo está tão rápido

O sol está nascendo no meio da neblina
A manhã parece noite
E quando chega a tardezinha
Parece dia de novo


domingo, 10 de abril de 2011

Porque dois são um só quando há amor
#life would make more sense if we slept together


Strong rains


Houveram diversas brigas
Estava chovendo forte
Atrás da janela, gotas brutas
Abafavam o som de nossos gritos

Tudo estava úmido
Até os nossos lábios, que tanto trabalhavam
A mover-se para excretar palavras
Palavras que não deveriam ser ditas
Em meio à todo este frio clima
Que só piorou a briga


quinta-feira, 7 de abril de 2011

é...

Two words


Pedra, sonhos
Sonhos, repressão
Sonhos de pedra
Desejos de perdição

Olhos doídos, lábios secos
Cerveja derramada, risos
Lábios secos, olhos caídos
Não mais que um falso sorriso

Impotência, inércia minha
Os outros programados
Minha inércia, impotência
Choro pelo tempo derramado

Shut up

Olhos invejosos furam-me
Incapacitando-me de continuar a andar
Cambaleando, caio do cume
Quando te vejo passar

Que muralhas me impedem de te beijar?
Dizer que te amo, que te quero
Sem vergonha, sem mágoas
Deixar seguir o vento Zéfiro

Hugs


Que abraço bom você me deu
Quando em mim seu braço me envolveu
E o calor do teu corpo me acolheu
Impregnando seu perfume no meu

Saudades daqueles dois únicos abraços
Fortes como correntes
Macios como seda no laços
Alegria cheia de vertentes

domingo, 3 de abril de 2011

nothing


Estou criando pouco porque minha vida está pouca

Estou chorando pouco porque não há mais para o que sentir

Estou fazendo pouco porque não existem oportunidades

E o que eu quero fazer parece ser tão impossível

E eu que dizia que nada é impossível

Boring


Estou decepcionada com tudo mesmo. E esse tudo sou eu. Meu mundo, minhas pessoas, meus lugares, minhas coisas. Entediada com tudo, com ânsia por novo. Saudades daquela cidade que fui visitar, ser feliz com a família. Saudades das pessoas que conheci mas que pertencem à outras. Saudades de tudo o que vi e que, talvez há alguns anos, verei novamente ou nunca mais.
Na maioria das vezes tenho saudades do que não foi, do que poderia ser, da sensação que poderíamos ter. Na verdade não vivo a realidade, ou não a quero viver, então programo a minha e vivo longe de tudo, e decepcionada com todos. Decepcionada comigo.

Tesão

Help

Parem de produzir o destrói

True Artist

Help

sexta-feira, 1 de abril de 2011

ount