Carolina C.

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Sou influenciada a escrever por tudo o que ouço,toco,vejo,sinto e leio. E por lembranças também, portanto a autoria é das projeções do meu mundo.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Desencontros do cotidiano


O entusiasmo de anos atrás se fora com o tempo. Quando você foi embora, nos primeiros dias de solidão, minhas saudades cobririam o mundo com minhas lágrimas, e escuridão o céu seria com a minha dor. Assim foi os primeiros dias, semanas e alguns meses. No final de um ano a dor ainda estava ali, mas a paixão foi-se, e isso não quer dizer que não te amo mais.
Os presentes chegavam, e o meu interesse por ti despencavam ladeira abaixo. Criança estúpida que só dá valor ao material não se lembra do doador. E assim foi. Continuei sendo esta criança burra e ingrata contigo por tantos outros anos. A comunicação nunca falhou. A linha do telefone nunca caiu, a internet sempre esteve a postos, papéis e caneta nunca faltaram em cima da mesa, na minha frente, mas... a paixão se foi R. A saudade despencou do penhasco, quebrou-se e se desfez em dez pedaços; não sei por onde esses pedaços pararam, acho que se dividiram em dois continentes.
Foi decisão sua, não minha. Pedi tanto para que ficasse e recomeça-se tudo com a M., mas não teve jeito; para você, o lugar aqui não é bom o suficiente para todos. E disse - Adeus, voltarei. Mas não voltou, respondendo numa carta aquilo que M. já dizia - Ele não vai voltar.
E hoje está assim. Os pedaços, tão esparsos e esquecidos que, qualquer tentativa de procura finaliza-se com a derrota. É, o entusiasmo se foi, e o que restou foi a culpa que me arranha todo o dia em que vejo suas palavras ingênuas e ignorantes num e-mail ou numa carta. Te compreendo mais que os outros, mais do que aqueles que nunca te compreenderam. Poderia te ajudar se, qualquer tentativa disso você não interpretasse como falsidade de minha parte.

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