Carolina C.

Minha foto
Sou influenciada a escrever por tudo o que ouço,toco,vejo,sinto e leio. E por lembranças também, portanto a autoria é das projeções do meu mundo.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Desilusão, uma droga

Uma imensa desilusão me devora. O sentido da vida parece que se cansou de mim e fugiu, levou as malas cheias de alegria, felicidade, amor. Deixou-me sozinha, num escuro, sem nenhuma luz para ver pelo menos o contorno de meus dedos, feridos de tanto escalar montanhas na minha procura eterna por algo bom. Sem nenhum objetivo, recheio meu tempo com impertinentes pensamentos que me torturam, me perseguem e não saem mais da mente. O tempo passa, e eu junto aos meus pensamentos, quieta, ninguém por perto, nem a luz.
As pessoas perderam meu interesse, elas não são mais fonte de suspiros, ansiedades. E perdendo as pessoas, perdi a fascinação da vida, das folhas, animais, a brisa, os raios solares, as nuvens cinzentas, a música. Porque tudo é sem vida, sem interesse. As coisas vagam lentamente, passam na minha frente e eu não as noto por um segundo, porque como eu disse, perderam-se de mim.
As decepções me fizeram assim. Os sonhos de mudança, o futuro planejado, tudo foi pisoteado, jogado fora, desprezado. Posso me declarar a culpada, pois eu que quis assim, se eu desejasse, deixaria as decepções passarem e eu nem as notaria, mas eu as notei e noto. O mais importante eu deixo passar, mas o pior para mim me atrai. É como se a dor fosse uma droga, uma necessidade de sentir o mal, o ruim, o defeito no corpo, só pra ter o gostinho de como o bom é tediante. Sendo isto uma droga, sou eu a viciada, e até hoje vivo nessa desilusão com a vida. Tenho planos para parar de usar essa droga, mas é tudo em vão, porque até os planos eu não consigo e não tenho mais vontade de desejar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário