Carolina C.

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Sou influenciada a escrever por tudo o que ouço,toco,vejo,sinto e leio. E por lembranças também, portanto a autoria é das projeções do meu mundo.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Extremos iguais

A diferença de idades significa muito hoje em dia. As pessoas personificam velhos e crianças de acordo com suas principais características, e não veem a igualdade que existe entre esses dois extremos. É a força do estereótipo que nos deixa a par da semelhança do modo de pensar do ser humano em cada faixa de idade, que ao meu ver são todos iguais. A inocência da criança não é diferente da experiência do velho, pois por mais que um velho diga que sabe das coisas da vida, ele não sabe que ainda falta muito para entender esse mundo humano. E a experiência de um velho não é diferente da inocência da criança, pois os aguçados sentidos do início da vida percebem uma dimensão muito maior do que nós, jovens,adultos e velhos vemos e sentimos. E o momento mais belo é esse confronto entre idades, a criança aprende sobre esse nosso sistema difícil de entender e o velho lembra de sua inocência, de seu descomprometimento com a vida quando pequeno. Existe essa ligação de ansiedade pelo saber e as saudades dos momentos bons da vida, esses dois extremos se tornam próximos, chegados, mais que amigos, fontes de sensações boas e ruins, que todos humanos têm.
As pessoas de hoje não valorizam mais os sábios velhos como antigamente, não dão mais o devido valor à essas pessoas que passaram por mais experiências que os mais jovens. Nessa era do vale-tudo a educação formal e básica perdeu seu sentido, não existe mais o comprometimento em conhecer e valorizar as outras pessoas, como agradecer ou compreender os problemas dos outros. Em nossa era, parece não existir o valor moral, agressões físicas e morais estão banalizadas, até a morte é considerada fato normal! Não que a morte não seja normal, mas ela está cada vez mais corriqueira, parece que os ceifeiros querem testar as emoções humanas para comprovar se ainda as pessoas podem chorar e sofrer pelas outras. E falando em morte, na velhice o ser de capuz preto está sempre rodeando essa faixa etária, e com a morte ao lado dos idosos, existe o seu oposto: a vida, que está presente no lado das crianças. Partindo desse pensamento, podemos falar que é a vida e a morte que interligam os extremos das idades, pois refletem, como num espelho, o destino de todo ser humano, e só percebemos isso quando lembramos quando éramos crianças e ouvíamos as conversas dos mais velhos.

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