Carolina C.

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Sou influenciada a escrever por tudo o que ouço,toco,vejo,sinto e leio. E por lembranças também, portanto a autoria é das projeções do meu mundo.

domingo, 19 de setembro de 2010

Estrada de areia e coisas para trás

Eu sempre disse ser contra às regras sou obrigada a cumprir. Critico o comportamento das pessoas hoje, e confesso minha insatisfação com a vida, hoje tediosa. Talvez todos esses pensamentos estejam certos, ou talvez não. Só quem pode defini-los se são corretos ou não sou eu, pois mais ninguém pode saber a visão que tenho do mundo e das pessoas, de como queria que tudo fosse diferente. Tenho minhas atitudes controversas e sofro por causa disso, às vezes penso em desistir e seguir o caminho que todos seguem, as atitudes e pensamentos comuns de hoje. Parece que tudo ao meu redor está contra mim, e não sei como resistir à tanta humilhação e rejeição. Minha forma de pensar, agir e amar não aceitos pelas pessoas, elas esperam que eu seja aquilo que elas querem que eu seja, mas para a infelicidade delas, não sou. E seguir este caminho estreito e contrário à todos os outros caminhos, me deixa sozinha e louca. Quando sozinha, mergulho fundo em reflexões que deixariam qualquer um louco de tanto pensar, e louca por não ter ninguém a contar o que penso, compartilhar palavras descompromissadas, para ver o que eu também vejo e com isso, sentir que outro me entende e que realmente faço parte desse mundo.
Andar contra uma ventania forte, deixa machucados e a sensação de que sempre algo vai te levar pra trás, para um lugar que já foi passado e que você não quer mais passar. Desistir é o meu maior fracasso. O vento sempre é mais forte que minhas pernas, e por isso acabo tombando no chão e dando de cara com a areia pisada por mim mesma, pois volto à mesma estrada que já atravessei tantas vezes. Não digo que minha desistência seja maior que minhas conquistas pessoais, elas apenas causam uma dor maior em mim. E quando elas chegam e me derrubam, minha visão fica embassada e não vejo mais nada além do fim de tudo, de desistir de tudo que lutei para não passar por mais dificuldades.
Mas no meio de toda essa dor, levanto a cabeça e vejo rostos de pessoas que amei, objetos de valor, os animais com que brinquei, a casa em que vivi... tudo o que tive na vida, aparece, de repente, na minha frente e fazem com que eu esqueça toda minha dor egoísta. É assim que fujo dessa estrada de terra: olho para trás e vejo tudo que amei e com que tive prazer de conviver, já então com o coração renovado, me levanto e começo a andar forte, com mais vontade e força, para lutar contra as várias ventanias que a vida vai me trazer.

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