Carolina C.

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Sou influenciada a escrever por tudo o que ouço,toco,vejo,sinto e leio. E por lembranças também, portanto a autoria é das projeções do meu mundo.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Dia de dias


Defronte ao jardim iluminado da sua casa, Laura olhava para as teias de aranha envolta de suas flores vermelhas. Miúdas flores, com pétalas menores que uma unha. O sol quente as iluminava de tal forma que pareciam cor de sangue. Laura as observava, balançando ao movimento do vento.
Cansou-se, andou até os ibiscos amarelos. Estes sim, grandes, volumosos, parecidos com juba de leão. Às sombras do cajueiro, os ibiscos amarelos não diminuíam sua vivacidade. Laura pegou um do chão e colocou-o em uma de suas orelha. Saiu das sombras do cajueiro e voltou para casa. Decidiu subir e descansar um pouco do calor de fora, porque o vento salgado e frio do mar a refrescaria.
Deitou-se de roupa e calçados, estava cansada demais para se despir. "Não preciso de mais nada", pensou. Ela não queria mais nada na vida, além de viver na sua casa com paz, descer todo dia para ver os insetos e o seu iluminado jardim. Estava feliz assim, e esperava a morte sem medo.

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