Carolina C.

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Sou influenciada a escrever por tudo o que ouço,toco,vejo,sinto e leio. E por lembranças também, portanto a autoria é das projeções do meu mundo.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Carta ao invisível

Sinto-me como se estivesse sangrando por todos os buracos. Uma fora do mundo em que busco viver, mas que infelizmente eu não vivo. Busco por novidades, experiências novas, gente legal, conhecimento importante. Eu não encontro nada disso aqui. Morro cada dia que vivo, quando estou no ônibus e penso que minha vida está realmente uma merda e que isso não é criação fantasiosa e mentirosa da minha cabeça. Não aguento mais as mesmas cabeças limitadas, o mesmo sistema social defeituoso, não aguento mais aguentar isso tudo sozinha. Quero contar a alguém, chorar tudo o que eu poderia ser. Quero saber mais. Ter algo de melhor em minha vida, porque se eu não mudar agora será difícil mudar no futuro. Estou com medo de que tudo dê errado, e que minha vida fique estacada na ignorância. Estou com medo de não fazer mudanças. Estou com horror à uma futura derrota. Não quero cair, não quero, porque se eu cair, concerteza, afundarei para lugares escuros que não quero visitar.
Estou louca, rouca para desabafar. Quero parar tudo, acabar com tudo, agora. Não espero mais, já aguentei demais, chorei demais. Essa dor que vive já há 8 anos parece câncer maligno, está me tirando a energia, sugando as últimas forças emocionais que tinha, só me restando as físicas que eu uso para continuar vivendo apenas de corpo, menos de alma.
Por favor, tenham pena de mim, imploro a alguém ajuda, compaixão. Sim, sou uma fracassada, inútil, carente, criança. Ainda sou criança. Não quero enfrentar mundo algum, mesmo almejando por experiências novas. Quero ser feliz sem parar por dois dias, um mês. Quero sair daqui, faço tudo, mas me tire daqui.
Entenda-me, não julgue-me. Diga que estou certa, e que cada erro meu teve uma causa a se considerar. Diga que minha vida não é mesmo boa, que estou pobre de felicidade.
Deixo tudo, sofro mais uma vez, mas me tire daqui, seja lá qual ser melhor que eu. Se existes, por que não me ajudas? Estás a me usar? Se sim, diga-me, assim terei desculpas para todo esse sofrimento em vez de dizer sou um fracasso.
Sou um fracasso? Tenho novas chances? Sim, você é nova menina, 16 anos apenas. Não reclame do que você tem, você é que faz o que tem. Você cria expectativas demais. Não se subestime, e também não se deplore. Você é alguém, como todos nós. Alguém, um ponto no meio do mundo. Você erra, aceite. Você acerta, continue. Não deixe que um erro seu faça-te esquecer de todos os seus outros acertos.
Queria que estes estímulos fossem vivos em nossa sociedade.


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