Carolina C.

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Sou influenciada a escrever por tudo o que ouço,toco,vejo,sinto e leio. E por lembranças também, portanto a autoria é das projeções do meu mundo.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Morte



Como é doloroso, urticante, desesperador, agonizante sofrer por amar incondicionalmente um ser. Por que um sentimento tão grandiosamente belo carrega todo o mal da feiúra? Te amo! Te amo mil vezes mais!

Tu, o culpado de todas as minhas desgraças. Arrancaste meu equilíbrio e por isso, minha realidade também. E me aprisionou em sonhos inconscientes (em sono) e inconscientes (acordada).
Assassino que incendeias minha estrutura e me apenas lega as cinzas da minha tristeza. Tu, Brutus, traiu a quem mais lhe amava neste universo, sem uma faísca de misericórdia.
Acorda-me Pai. Tira-me desta insônia em que passo todas as noites negras, a passear pela rua sem nenhum rumo, molhando as pedras com a torrente de lágrimas salgadas que em mim correm.
Estou aflita como nunca estive antes em minha vida virtuosa e pura. Antes sem nenhum rei para amar, apenas a natureza divina que o Pai rico de todos nos deu.
Ah! O verde das folhas está amarelo agora, seco e velho, como eu. Este outono chegou sem avisar-me e corre arrancando as rosas que um dia toquei e amei. Em meio a este ambiente cheio de folhas secas pela terra, minhas lágrimas não regam mais o adubo, e sim estas folhas velhas. Rego há tempos estas lembranças minhas de ti, meu rei.
As montanhas nevadas são como cumes inalcançáveis (como tu), as árvores são duras, rígidas, e suas frutas coloridas não são fáceis de colher (como tu), os lagos não estão mais límpidos (como tu), as trilhas são cruéis de tão íngremes (como tu), as aves voam sem ser vistas (como tu), as cavernas não recebem, e parecem-me que nunca mais na eternidade do tempo, receberão luz (como eu).

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